domingo, 21 de setembro de 2008

A Aurora

Brancos flocos de neve desciam dos céus, havia um exército de bonecos de neve na rua e as crianças brincavam felizes. Mas algo esplêndido se iniciava nos céus, como se este tivesse sido pintado por um grande artista. O céu mostrava-se cor-de-rosa, alternando por outras cores inimagináveis, combinações nunca vistas que pareciam ondular nos céus, como cabelos ao vento. Rafael, o nosso fiel amigo, apresentou-me a tal espectáculo como que sussurrante:
- Este é um grande dia, é o dia em que os espíritos dos nossos antepassados visitam a Terra e decidem quais as alterações a fazer.
- É … majestoso…excelso…parece que há uma ligação… – disse eu.
- Sim, de veras.
- Papá, amanha os espíritos vêm cá outra vez? – Disse Moly, a filha de Rafael.
- Talvez filhinha, porquê?
- Porque eu quero dizer-lhes quais as mudanças que têm de fazer no mundo e acho que não consigo dizer tudo hoje…
- Não te preocupes Moly, eles sabem o que devem fazer mesmo que não lhes consigas dizer tudo.
Todo aquele momento foi radiante, mágico, inigualável e muito alegre com as preocupações da pequena Moly.
- Ouvem?
- O quê? Não ouço nada…
- Não papá. Será o som do mundo a ruir? – dizia Moly intrigada.
- Vou ver quem está por aqui, parece que estou a ouvir vozes. – e levanta-se.
Nesse momento vê-se um sopro de luz subir aos céus e nunca mais vimos Rafael.

Nenhum comentário: