terça-feira, 13 de janeiro de 2009

"Menina e Moça" de Bernardim Ribeiro

“Menina e Moça”, uma inacabada obra de Bernardim Ribeiro de 3 edições. Em que a 1ª, em 1554, é editada como História de Menina e Moça, em Ferrara, pelo exilado judeu português Abraão Usque*. A 2ª, como Saudades, uma edição eborense de 1557, por André de Burgos, contém um prolongamento. A 3ª foi editada com base na 1ª, em Colónia, por Arnold Birckman, dois anos após a segunda edição.
Novela sentimental, com uma porção de novela de cavalaria e de romance pastoril, foi influenciada por Boccaccio (entre outros grandes autores italianos Renascentistas). Considera-se uma procura de um novo género de romance, conseguindo ultrapassar as fronteiras do país e servindo de modelo a outras obras de referência. É de lamentar o facto de mesmo sendo inacabada e editada postumamente, não teve equivalente na literatura clássica portuguesa. Ainda assim o autor não deixa de ter a sua relevância na literatura medieval.
As obras de Bernardino Ribeiro cingem sempre o tema da infelicidade amorosa. Para além disso há um traço que se considera autobiográfico nas suas obras. Deste modo deduz-se que fosse natural do Torrão (Alcácer do Sal) e de acordo com determinadas conjecturas, pensa-se que terá morrido antes de 1557.
Para além da novela Menina e Moça, Bernardim escreveu também doze diminutas poesias inseridas no Cancioneiro Geral e três composições em verso (o vilancete Pera tudo houve remédio, a cantiga Pensando-vos estou, filha e o romance de Avalor), cinco éclogas, a sextina Ontem pôs-se o sol e a noute, o romance Ao longo de ua ribeira, duas cantigas e outras composições.
Lamenta-se o facto de não se saber muito acerca deste autor renascentista, apenas se pensa que terá nascido por volta de 1482, e que terá morrido por volta de 1552. Este participou no Cancioneiro Geral, de Garcia de Resende, e pertenceu à roda dos poetas palacianos.