terça-feira, 4 de novembro de 2008

Função da Companhia de Jesus no Brasil

A companhia de Jesus no Brasil era uma ordem religiosa que se destinava a desenvolver escolas, liceus e seminários. Isto suportado pela exploração agro-pecuária.
No Brasil, esta companhia teve uma especial importância na instrução indígena, espalhando a língua portuguesa e a religião (esta tinha como fim retirar os índios “do mundo de perdição e perversão”).
Aí, para ter mão-de-obra, os jesuítas optavam ou pela Guerra Justa ou pelos resgates. Ambas aprovadas pela coroa e abençoadas pela religião. A Guerra Justa consistia na invasão armada das tropas de guerra com o fim de capturar o maior número de índios possível, incluindo mulheres e crianças. Posteriormente tornavam-se propriedade dos seus apreensores ou eram vendidos à Coroa, aos Missionários e aos colonos. Já os Resgates consistiam em expedições de persuasão aos índios por missionários, com intuito de deixarem as suas aldeias e irem para os novos alojamentos na periferia da colónia.
Mas esta questão é bastante indagável, uma vez que se por um lado estavam posicionados contra a escravatura, por outro também não os deixaram ter o seu modo de vida natural. Os indígenas foram como que obrigados a adoptar um modo de vida completamente diferente daquela que levavam na selva, pois uma vez nas aldeias pré-construídas e sobrelotadas, adoptaram um modo de vida católico com todas as cerimónias aí agregadas. Para não falar da questão da saúde, pois vivendo nessas aldeias estavam mais sujeitos a determinada doenças trazidas pelos colonizadores.
Nessas aldeias os indígenas eram obrigados a ir à escola aprender a língua e caso desobedecessem a essa “lei”, eram severamente castigados, havendo casos onde os pais dos indígenas se revoltaram contra os padres pelos seus filhos serem castigados. Havendo por isso grande taxa de evasão escolar. Para além disso a religião católica era como que imposta, não havendo respeito pelas cresças indígenas.
Uma forma de ajudar a catequização foi levar crianças portuguesas para ensinarem a língua aos indígenas, mas o caricato sucedeu, sendo que poucos meses depois, eram as crianças portuguesas a falar a língua deles e não eles a falar português. Posto isto, ensinaram os futuros jesuítas o Tupinambá.
No segundo século, já enriquecidos e representados por figuras mais capazes de indignação moral, como António Vieira, os jesuítas assumiram grandes riscos no resguardo e na defesa dos índios. Assim, foram expulsos, primeiro de São Paulo e, depois, do estado do Maranhão e Grão-Pará pelos colonos.